quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mais informações sobre o Incêndio em Santa Maria


Dilma pressiona prefeituras por fiscalização rigorosa em boates


A presidente Dilma Rousseff (PT) quer que as prefeituras de todo país intensifiquem a fiscalização de casas noturnas para evitar tragédias como a que matou 234 pessoas em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
“Ela pediu para intensificar a fiscalização de casas de shows”, disse o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), depois de encontro com a presidente nessa segunda-feira (28). Segundo ele, Dilma também quer que seja dado, além de atendimento aos feridos, apoio aos familiares.
Dois hospitais na capital gaúcha estão tratando dos casos mais graves. Segundo o prefeito, 44 jovens já foram transferidos e outros sete chegam a Porto Alegre para serem hospitalizados. A prefeitura também alugou uma casa para abrigar e dar apoio psicológico a familiares que acompanham os feridos na capital gaúcha.
Fortunati disse que a presidente contou que se colocou no lugar dos pais na vista que fez ontem (27) a Santa Maria. “Ela manifestou toda a dor que sentiu ao avistar os pais, em especial as mães”, disse o prefeito.


Jovem que morreu em incêndio pediu socorro pelo Facebook trabalhava na casa noturna.


Uma das vítimas do incêndio que deixou 231 mortos em Santa Maria (RS) enviou uma mensagem pelo Facebook de dentro da boate Kiss pedindo ajuda. Às 3h20 deste domingo (27), a jovem Michele Cardoso, de 20 anos, escreveu “Incêndio na KISS socorro”. Ela não sobreviveu à tragédia.
Os amigos de Michele chegaram a enviar mensagens perguntando se ela estava bem, mas não receberam resposta. O primeiro deles, Jean Carlo, afirmou que a jovem trabalhava na casa noturna.
— Eu conheci a Michele na academia, há dois anos. Desde então, ela trabalhava na Kiss.
Um dos amigos da vítima escreveu em seu perfil: “Não imaginei que fosse serio quando vi um pedido de socorro pelo facebook nessa madrugada, até acordar com uma mensagem da minha mãe sobre o ocorrido”.
Sobreviventes relataram que alguns seguranças barraram a saída das pessoas quando o fogo começou a se espalhar. Eles teriam alegado que era preciso pagar a comanda antes de sair.

Os corpos das vítimas já começaram a chegar para o velório coletivo que será realizado em um dos ginásios do Centro Desportivo Municipal. Ao todo, 231 pessoas morreram.



”Meu coração está com você, Brasil”, diz Lady Gaga



Lady Gaga homenageou as famílias das vítimas do incêndio na boate de Santa Maria (RS) no Twitter. Veiculou em seu microblog uma foto e duas mensagens. Na imagem, a cantora norte-americana, mãos postas, reza. Num dos textos, anota: “Meu coração está com você, Brasil.” Noutro, escreve: “Envio minhas orações para as famílias e amigos que perderam entes querido no incêndio no Brasil. Eu estou pensando em você hoje durante esta tragédia.”


Dono da boate Kiss e músicos são detidos


A polícia deteve, na manhã desta segunda-feira (28), um dos donos da boate Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, segundo informações do delegado Sandro Meinerz. Um incêndio no momento em que o grupo musical se apresentava na madrugada do domingo (27) deixou 231 mortos em Santa Maria (RS).
Elissandro Sphor, conhecido como Kiko, um dos donos da casa noturna, foi preso em um hospital de Cruz Alta, que fica a 132 km da capital. O vocalista e um responsável pela segurança do palco da banda foram detidos na cidade Mata, a 82 km de Porto Alegre.
Eles tiveram o pedido de prisão temporária de cinco dias decretada pelo juiz Regis Adil Bertolin durante a madrugada desta segunda-feira. O vocalista do grupo que se apresentava no momento do incêndio foi detido durante o velório do gaiteiro Danilo Jaques, no município de Mata, na região central da capital gaúcha. O segurança  da banda também foi localizado na cidade.
O outro proprietário da casa noturna também teve prisão temporária decretada, mas ainda não foi localizado pela polícia e por isso é considerado foragido.


Sem saída de emergência, 90% das vítimas morreram asfixiadas.

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Uma única porta, saída não sinalizada, escuridão, fumaça, falta de orientação e pânico aumentaram a tragédia ocorrida na madrugada de ontem (27) em uma casa noturna na cidade de Santa Maria (RS). De acordo com o Corpo de Bombeiros, os bloqueios no caminho fizeram com que 90% das 233 vítimas morressem por asfixia enquanto tentavam escapar. A análise foi feita após observarem-se o baixo número de corpos queimados, enquanto a maioria estava completamente coberta por fuligem.
O desastre aconteceu com a casa cheia. Por volta das 2h30, a banda Gurizada Fandangueira tocava no palco, durante a festa Aglomerados. O evento, organizado por alunos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) reunia cerca de duas mil pessoas, a maioria no primeiro ano de Tecnologia de Alimentos, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio ou Pedagogia.
Segundo testemunhas, durante o show, a banda usou um tipo de fogo de artifício conhecido como “sputnik” ou “chuva de prata”. Uma fagulha entrou no sistema de exaustão e o fogo atingiu o teto do salão, baixo e feito de papelão e material de proteção acústica. As chamas se espalharam rapidamente. Testemunhas contam que o vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, tentou, sem sucesso, apagar o incêndio com um extintor.
De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, Guido Pedroso de Melo, o Plano de Prevenção de Combate a Incêndio da casa noturna estava vencido desde agosto, o que, somado com a ausência de uma saída de emergência, contribuiu para o alto número de óbitos.
À noite, um suposto comunicado atribuído à administração da boate, publicado no Facebook, comunicava “com pesar” o “acidente”. Com erros de português, a nota informou que os administradores estão à disposição e que seus funcionários tinham a “mais alta qualificação técnica”.


Amigos ‘dançam’ em homenagem à jovem morta em incêndio

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Uma cena comovente emocionou os familiares de uma das vítimas do incêndio que atingiu uma boate no município de Santa Maria (RS) na madrugada de ontem (27). Durante seu sepultamento, no Cemitério Santa Rita de Cássia, a jovem Tanise Cielo, de 23 anos, recebeu uma homenagem dos amigos de uma academia de dança que ela frequentava havia dois anos.
Vestindo camisetas do grupo de dança de salão, amigos trouxeram um notebook com um CD com as músicas que Tanise mais gostava. Ao som da melodia, dançaram em volta do túmulo em um gesto de comoção e lembranças. “Essa homenagem foi um alívio para o meu coração. Pude ver que a minha filha era tão querida nesse grupo. Dançar era a coisa que ela mais gostava de fazer em vida”, desabafou Vera Todatto Lopes, mãe de Tanise, amparada por três parentes.

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